10 setembro 2013

Case do Walmart é exemplo de indutor de mudanças no setor varejista


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Camila Valverde, diretora de Sustentabilidade, explica aos participantes da mesa e plateia a nova fase do programa Ponta a Ponta do Walmart. Foto: Fernando Manoel
Hipermercado apresenta nova rodada de resultados do programa Sustentabilidade de Ponta a Ponta.
Desde 2010, o programa Sustentabilidade de Ponta a Ponta do Walmart tem sido um importante instrumento de valorização, transformação e estímulo para que os fornecedores da cadeia varejista fabriquem produtos mais sustentáveis e, consequentemente, impactem menos o meio ambiente.
Camila Valverde, diretora de Sustentabilidade da empresa, ocupou o espaço Negócios Sustentáveis, patrocinado pelo Itaú Unibanco, para apresentar os números e os bons resultados alcançados pelo projeto apesar de seu curto período de existência.
Até agora foram realizadas duas edições e uma terceira está em andamento. Participaram já do projeto 23 fornecedores, entre as maiores empresas (Colgate-Palmolive, Coca-Cola e Nestlé, só para citar alguns exemplos), com a obtenção de resultados significativos como a economia de 232.430 litros de óleo diesel; redução na geração de resíduos (industrial e agrícola) na ordem de 250.400 kg; diminuição no uso de massas de embalagem de 79.450 kg e menor consumo de água (cerca de 2 milhões e 400 mil litros).
Camila explicou que isso foi possível a partir da constatação, em 2008, de que qualquer ação para reduzir os impactos causados pela rede só poderia ser feita com a participação direta das empresas vinculadas à sua cadeia produtiva. Os impactos ambientais diretos do Walmart estão na casa dos 8%, enquanto os indiretos, ou seja, os gerados por seus fornecedores representavam naquele momento 92%.
Os consultores do Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea), ligado ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), analisaram as melhorias nos produtos e os ganhos ambientais, econômicos e sociais alcançados. Foram consumidos um ano e meio até que os primeiros produtos e processos industriais fossem avaliados e aprovados pelo Cetea. O objetivo principal era o de obter melhorias nos processos da indústria de bens de consumo para o desenvolvimento de produtos mais sustentáveis durante todo o ciclo de vida do produto. “Também foram avaliados itens como transporte, logística e relação equilibrada com serviços ecossistêmicos”, completou Camila.
O poder de negociação do Walmart, nesse caso, foi usado inicialmente como ferramenta de convencimento para engajar as empresas, mas agora já se tornou uma prática de parceria e incentivo a que outros fornecedores da rede de supermercados adotem ações semelhantes aos seus concorrentes.
Após o sucesso inicial do Sustentabilidade de Ponta a Ponta junto a quem lhe fornece os produtos a serem vendidos, o Walmart está colocando foco no consumidor. “Temos exibido vídeos nas lojas, trabalhado com materiais impressos e cursos gratuitos na Fundação Getúlio Vargas (FGV) para trabalhar a conscientização do consumidor sobre a importância da sustentabilidade”, informou Camila. “De qualquer maneira, ainda há muito por fazer, completou”.
O caminho ainda é longo, mas diante dos bons resultados com os produtos feitos já com a meta de redução do uso de embalagens e otimização dos processos de produção, as perspectivas de crescimento são bastante animadoras. Como resultado do esforço e investimento, os itens desta grupo lideram em vendas em seus segmentos, mostrando que o consumidor está cada vez aderindo à causa da sustentabilidade.
Reinaldo Canto, especial para o Ethos
(Envolverde)

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