10 setembro 2013

Construção civil: empresa adota tecnologia que faz despencar impacto ambiental


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Marcelo Monteiro de Miranda (Precon Engenharia) durante exposição. Foto: Clovis Fabiano
SHP permite expansão de moradias erguidas em menos tempo a custo reduzido.
Tudo o que se refere à construção civil é superlativo. Grandes obras embutem enormes impactos ambientais, como alta produção e descarte de resíduos sólidos e forte consumo de água e energia. No Brasil, a geração de resíduos da construção chega a 50% do total. Os desperdícios do setor também são grandiosos.
A Precon Engenharia, de Minas Gerais, encontrou um caminho que pode nortear empresas similares. Após exaustivas pesquisas, há três anos criou a Solução Habitacional Precon (SHP), tecnologia que agrega o uso de fôrmas metálicas, blocos cerâmicos em dimensões padronizadas, concretagem automatizada e elementos pré-fabricados, entre outros materiais modulares. Para Marcelo Monteiro de Miranda, diretor da empresa, a ideia é a mesma de um chassis de carro. “Você pode usar o acabamento que quiser, a cor que achar melhor, mas o chassis, a base, é a mesma”, explicou.
São gigantescos os ganhos com esse formato de produção. Para se ter uma ideia, a geração média de resíduos nas construções tradicionais é de 150 kgs/m², enquanto no sistema da SHP a queda é para impressionantes 28 kgs/m², uma redução de 81%. Até 2015, a construtora espera gerar 90% menos resíduos em relação às obras de construção convencionais.
O tempo médio para as construções modulares é simplesmente a metade em relação às comuns, fator que influencia fortemente na direção dos ganhos financeiros, inclusive para o comprador final. Em muitos casos, a prestação da casa própria é paga simultaneamente ao aluguel, enquanto a construção está sendo erguida. Quanto menor for o tempo de construção, mais reduzido será o custo para as famílias que adquirirem seu primeiro imóvel.
Mais leves, os materiais modulares possibilitaram a contratação de 30% de mulheres, fator está que ganhando escala na construção civil. O trabalho permanente das fábricas da SHP também foi capaz de melhorar as condições de trabalho e criar mecanismos para aumento da capacitação da mão-de-obra.
Menor desperdício e maior qualidade das construções levou também à boa notícia do lucro. Em 2010, a SHP tinha 16 clientes em uma cidade apenas. Hoje já são 700 clientes em seis municípios distintos. Para 2015, a previsão é de alcançar 2 mil clientes em 12 municípios.
Reinaldo Canto, especial para o Ethos
(Envolverde)

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