10 setembro 2013

Sustentabilidade com participação ativa da comunidade


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O diretor de distribuição da concessionária Light apresenta o case Projeto Light Legal para o auditório lotado / Foto: Thiago Lopes
Durante a Conferência Ethos 2013 um espaço patrocinado pelo banco Itaú se destina à discussão e debate sobre ações de empresas que obtiveram sucesso com sustentabilidade.
O primeiro caso apresentado foi o Projeto Light Legal da concessionária de energia Light, que atua no Rio de Janeiro. Implantado em agosto de 2012, o projeto é também conhecido por APZ (Área de Perda Zero), pois tem como principal desafio o combate à informalidade do uso de energia.
Os “gatos”, ligações clandestinas feitas, em geral, nas comunidades de baixa renda, são responsáveis por mais de 44% de perdas em relação a toda energia produzida pela empresa. “Esse gatos possuem mais do que as sete vidas de um gato normal, devem ser umas 15 vidas”, brinca o bem humorado diretor de distribuição da Light, José Humberto Castro, responsável pelo projeto. Daí a importância de dividir e compartilhar responsabilidades com a comunidade, governos e microempresas.
Ao lado da implantação de novas tecnologias como alternativa para a redução das perdas, consideradas por Castro como “uma nova proposta de combate a perdas e inadimplência de forma sustentada”, foi fundamental abrir o diálogo e estabelecer parcerias com o Estado, as comunidades e fomentar a criação de novos negócios, microempresas empresas que receberam o apoio e a orientação do Sebrae.
Desde sua implantação em 2005, o Ligth Legal já criou 20 APZs, que atendem de 10 a 20 mil moradores. Trabalham também com microempresas compostas de eletricistas e agentes comerciais capacitados para atuar junto à população. Eles buscam reduzir as perdas, aumentar a eficiência energética, modernizar as redes e manter um relacionamento diferenciado com os moradores, que acabam sendo beneficiados com a redução das contas e a negociação para o cancelamento de débitos. Até o final deste ano, o projeto deverá chegar a 30 unidades, beneficiando um total de 402.000 clientes.
Com atuação em áreas da Baixada Fluminense, zonas norte e oeste, o projeto já foi capaz de reduzir as perdas da Light de um total de 46% para 19,3% e a inadimplência caiu de 10 para 2,5%.
Para José Humberto Castro, o projeto é inovador, pois criou um novo modelo de relacionamento da empresa com os clientes, promove integração entre estado e concessionária, estabelecendo a ética e transparência neste relacionamento. Além disso, incentiva o empreendedorismo e gera emprego e renda. Somente em 2013, foram 320 empregos diretos. Tudo isso atendendo às expectativas mais tradicionais do mundo dos negócios, já que tem viabilidade econômica e contribui para disciplinar o mercado.
Perguntado se um modelo como esse poderia ser replicado, Castro respondeu categórico: “Tanto para toda a Light, como também para outros tipos de negócios”. Afinal, para gerar valor compartilhado novos negócios requerem novas visões e participação cada vez maior da sociedade.
Reinaldo Canto, especial para o Instituto Ethos 
(Envolverde)

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