04 abril 2017

Plant for the Planet: Uma viagem e muitos significados

Por Reinaldo Canto, especial para a Envolverde
Projeto Plant for the Planet da AccorHotels leva camareiras a conhecer áreas de reflorestamento que elas ajudam a manter 
Uma cena bonita de se ver! Moças e rapazes, alguns bem jovens outros nem tanto, se divertindo ao sujar as mãos de terra e plantar uma muda de espécie nativa do bioma Cerrado na belíssima região da Serra da Canastra em Minas Gerais.
A oportunidade de conhecer in loco o resultado de seus esforços cotidianos junto aos hóspedes levou um grupo de 24 profissionais da rede de várias regiões do país, em sua maioria camareiras, para conhecer áreas de restauração florestal que eles têm ajudado a recuperar e que ficam localizadas bem próximas a Usina Hidrelétrica de Furnas e das nascentes do Rio São Francisco.
Mexer com a terra para a maioria não era uma atividade muito comum, mas não que não sejam mãos acostumadas a trabalhar pesado na labuta de limpar quartos diariamente.
O ato de agachar para carinhosamente colocar essa muda de árvore na terra talvez não seja tão diferente na hora de fazer movimentos semelhantes para fazer a limpeza e arrumação dessas unidades. De qualquer maneira, quebrar a rotina e conhecer de perto o significado das inúmeras palestras do projeto Plant for the Planet, tem outro valor que bate forte na autoestima de todos esses profissionais.
Entre passeios e plantio de mudas, muitas das camareiras estavam tendo uma experiência ainda mais significativa para suas vidas, pois algumas delas, nem mesmo haviam saído antes de suas regiões de origem.
É o caso de Joana Paula Taveira, de 34 anos e que trabalha no Hotel Ibis de São Carlos, no interior de São Paulo, há um ano e quatro meses. Até então, ela apenas conhecia os municípios vizinhos a sua região e disse estar muito feliz com a viagem e se sentir muito reconhecida e motivada a partir dessa experiência: “Achei tudo espetacular e aprendi muito”. E, completa, “eu estou agora ainda mais convencida da importância desse trabalho”.
Ao fim da viagem de 4 dias, a sensação unânime entre os participantes era de muita alegria.
Responsabilidade Socioambiental
Unir o útil ao agradável, ou melhor, o social ao ambiental deveria ser o sonho de qualquer empresa ou organização que, além de vender bons produtos e serviços, também compreendem a sua responsabilidade perante a sociedade.
Muitas vezes para ser sustentável é preciso, em primeiro lugar, ter boa vontade e entender a importância de fazer algo positivo, principalmente, se levarmos em conta os já óbvios e nefastos efeitos das mudanças climáticas.
Como por exemplo, o singelo ato de pedir ao seu hóspede no hotel para reutilizar as toalhas ao invés de usa-la uma única vez e já solicitar a troca. Bastando para isso utilizar o simpático argumento de que a cada dia que permanecer com a mesma toalha, uma árvore será plantada. Simples, não?
E para o sucesso de uma empreitada como essa é, sem dúvida, fundamental contar com o engajamento também de funcionários, ainda mais aqueles que atuam na linha de frente e que mantêm contato direto com os clientes, caso nos hotéis, entre outros, das camareiras. Por isso mesmo, paralelamente, a educação ambiental dentro de casa é de grande importância para o convencimento desses profissionais. Porque só é possível “vender” essa ideia de trocar a lavagem de uma toalha por uma árvore se isso fizer sentido para todos os envolvidos, não é mesmo?
Visita ao projeto Plant for the Planet e ao trabalho da ONG Nordesta“O objetivo da viagem foi o de ressaltar a importância das atividades diárias desses colaboradores para o sucesso do programa e mostrar o resultado desse comprometimento na prática”, explica Antonieta Varlese, vice-presidente de Comunicação e de Responsabilidade Social da AccorHotels para América do Sul.
O Plant for the Planet foi criado em 2009 e a ideia da reutilização das toalhas em troca do plantio de árvores é válido para todos os hotéis da Rede Accor (Ibis, Novotel, Grand Mercure, entre outros) e até aqui tem obtido bons resultados no Brasil. Em parceria com a ONG Nordesta (http://www.nordesta.org/pt_BR) que atua na Serra da Canastra já foram plantadas 530 mil mudas nativas em áreas de nascentes de Cerrado e Mata Atlântica, numa área correspondente a, mais ou menos, 418 campos de futebol.
Por vezes o caminho da sustentabilidade pode começar por evitar a troca de uma toalha e obter bons resultados. Mas claro que será preciso avançar ainda mais para que possamos finalmente chegar a um equilíbrio que nos coloque em sintonia com as necessidades humanas e ambientais. O certo é que as boas ações e projetos precisam ser destacadas e multiplicadas!! (#Envolverde)
*Reinaldo Canto é jornalista, Membro do Conselho Editorial do Portal Envolverde, colunista de Carta Capital, ex-diretor de Comunicação do Greenpeace Brasil e do Instituto Akatu, além de professor e especialista em sustentabilidade.

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